quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Rádio trainee: Por que sintonizar?

O trainee é um elo fraco. Em um momento de tensão as chances são de que ele se ferre... A NÃO SER QUE: Ele se una aos outros trainees e forme um 'feixe de bambu'. O bambu é uma planta flexível, de forma que um só bambu pode ser tensionado até quebrar ao meio com certa facilidade. Mas junte vários bambus, e deixe-os rentes. Então não será possível dobrá-los, nem quebrá-los. Daí: 'a união faz a força'.
O maior trunfo de um trainee são os outros trainees. Outros iguais a eles, na mesma situação
vulnerável, suscetível a ser 'operado' (como se diz no mercado financeiro) por profissionais mais experientes que naturalmente se sentem no direito de ocultar informações. Nessa hora, o que chamamos de especulação e espuma funciona muito.
Ninguém nunca vai passar uma informação completa para um trainee. Porque desde a etapa de seleção, já disseram que o cara te que correr atrás do que quiser, e que nada vai ser entregue de mão beijada. Ou seja, na partida, o trainee já está em uma posição de desvantagem. A troca de informação é extremamente assimétrica.
A grande vantagem, é que comunicação e relacionamento não são realmente os maiores talentos da geração X. Nessa hora, o trainee que recorre aos seus pares consegue um ponto de vantagem. Os gestores e demais profissionais mais experientes dificilmente vão combinar o que dizer ao respectivo trainee. Então oq ue você (se você for trainee) deve fazer?? Ouça o que o cara tem pra dizer, por menos informação que pareça, por menos relevante que pareça. Ouça inclusive o que ele não disse. Geralmente quando as pessoas não te falam algo que você sabe que elas poderia te falar, já existe uma mensagem embutida. Ouça essa mensagem também.
Depois FALE! Chame seus amigos trainees para tomar um café e conte. Faça a observação de que está especulando, mas especule. Veja o que vocês andaram ouvindo por aí e que pode ser montado como um quebra-cabeça e vá juntando as peças. Ao final do processo, você provavelmente vai encontrar a resposta da sua pergunta, e na pior das hipóteses, você pode fazer uma leitura da organização.


domingo, 21 de fevereiro de 2010

Tutores e tutorados

Disseram-me que aquele best-seller da vez - título em inglês: Outliers - defende que boa parte dos méritos das pessoas talentosas são devidos aos ambientes a às pessoas que as cercam. Entendo que reforça a afirmação de que o homem é, de fato, ainda que em parte, produto do meio. Ok, daí eu me pego pensando: "Qual o papel do tutor na formação do trainee?" Eu tive um tutor que foi excelente até ele descobrir que não estava nos meus planos para o futuro - mas poderia ter sido essa relação independente do futuro? Eu não sei... As vezes acho que o trainee deve ser um pouco promíscuo e um pouco volúvel. Do mesmo jeito que o tutor deve ser como um florista precavido que lança mais semente do que as flores que espera colher.
Só que esse tipo de relação seria pós-moderna demais, e implicaria em uma naturalidade com a qual ainda nem sempre aceitamos as famílias pós-modernas. Que namorado gostaria de ser traído apenas por saber que essa traição é uma forma de seleção natural? Aquela história de que cada pé cansado tem o seu chinelo velho pode ser só uma história... pelo menos para Geração X. Mas se nós, Gen Y, não soubermos o que esperar dos nossos tutores, o que vamos esperar dos nossos tutorados?